Negrinha: uma análise de enredo e personagens da obra de Monteiro Lobato

A narrativa “Negrinha”  se classifica como um conto porque é uma obra fictícia de pequena extensão na qual podemos observar uma variedade de seres e acontecimentos de fantasia e imaginação. De acordo com “ GOTIB, 2006, pg 12”, uma obra que apresenta tais características é considerada conto. Além disso, outra maneira de comprovar isso, é que as ações das personagens estão basicamente centradas na figura de Negrinha e os acontecimentos são todos norteados ao seu redor.

            A personagem é um ser fictício responsável pelo desempenho do enredo. ( GANCHO, pg 17). Diante dessa importância, iremos analisar os personagens quanto ao papel desempenhado no enredo: Negrinha, protagonista, o enredo circula ao seu redor. Dona Inácia, antagonista, utiliza-se do fato de ter adotado a menina para se gabar, mas na verdade, a maltratava. Já o reverendo, criada nova, duas sobrinhas e Cuco são personagens  secundários, pois são menos importantes na história.

            Diante do enredo podemos perceber que sua exposição acontece no começo da narrativa, isto é, no momento em que Negrinha e a “Excelente senhora” são apresentadas. (LOBATO, 2002 pg 21). A complicação ocorre no momento em que Inácia recebe em sua fazenda a visita de suas sobrinhas vindas da capital. (LOBATO, 2002 pg 25). Tal acontecimento faz transcorrer uma reviravolta na vida de Negrinha, além de ser a parte do enredo em que as ações e os conflitos são desenvolvidos, conduzindo o enredo ao clímax. Durante a temporada em que as sobrinhas de Inácia passam na fazenda, Negrinha se torna uma companhia de brincadeiras para as meninas. Ela passa a exercer seu lado  criança, brincando de boneca e fazendo tudo o que qualquer criança gostaria de fazer. (LOBATO, 2002 pg 25). Esse momento é considerado o clímax, pois é o ponto mais alto da história. Por fim, o desfecho do conto, ocorre quando Negrinha é tomada pela tristeza e melancolia depois da partida das meninas e morre esquecida por todos. (LOBATO, 2002 pg 28). Esse é o resultado do conflito produzido pelas ações das personagens.